sábado, 25 de dezembro de 2010

Polaroid

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Polaroid
Nanquim, Lápis e Lápis aquarelável /Ink, Pencil and Watercolour pencil

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre métodos de emagrecimento.

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Sobre métodos de emagrecimento / About diet methods
Lápis e Nanquim / Pencil and Ink

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sobre performance.

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Sobre performance / About Performance
Caneta / Ballpoint pen
.
Rabisco feito direto a caneta em uma aula de "Blocos mundiais de poder". Entre a China, as zonas especiais de exportação e a vontade de ir pra casa.
/
Sketch made directly with a ballpoint pen during a "World power blocks" class. Between China, the special economic zones and the desire to go home.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Avesso.

Só, estando em qualquer lugar que seja, escreve os versos. É só isso que faz, escrever. Minto. Escrever e pensar sobre como seria o avesso. Pensa sobre escrever e escreve sobre o pensamento. Se distrai com os versos, pensando em como seria ter percorrido os outros diversos caminhos, como seria ter adentrado por qualquer outra viela estreita. Até porque não importa aonde se quer chegar, há vários caminhos possíveis. E para além disso, ainda digo: há várias maneiras diferentes de se percorrer o mesmo caminho. Há os que seguem lento, os que aproveitam a paisagem, os que andam por andar. E, digo ainda mais, para cada jeito de se percorrer um caminho, há uma passada distinta. Um andar lento, cuidadoso, pra direita, pra esquerda, para trás. E escrevia. Por hora, sentia que o caminho era o mesmo de sempre, sem perspectiva no horizonte distante, o andar era monótono e a passada, de andar as vezes trôpego, as vezes constante (mas não se engane, a constância era apenas pra ver aonde o caminho iria dar). Senta. Escreve. Pensa em entrar na próxima viela. Levanta e continua a andar. Só o que faz é escrever os versos. Minto. Escrever e pensar sobre como seria o avesso...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sobre dias de camping.

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Sobre dias de camping / About camping days
Nanquim e Lápis de cor / Ink and Colored Pencils

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sobre o poeta.

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Sobre o poeta / About the poet
Lápis e Caneta / Pencil and Pen

No desenho, o poeta Fernando Pessoa e um pedaço do seu poema "Guardador de Rebanhos":

"O meu olhar é nítido como o girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo"
Caeiro, um de seus heterônimos

/

In the drawing, the poet Fernando Pessoa and a little piece of his poem "The Keeper of Flocks" in the original language, the portuguese. And here in english:

"When I look, I see clear as a sunflower.
I’m always walking the roads
Looking right and left,
And sometimes looking behind ...
And what I see every second
Is something I’ve never seen before,
And I know how to do this very well ...
I know how to hold the astonishment
A child would have if it could really see
It was being born when it was being born ...
I feel myself being born in each moment,
In the eternal newness of the world ..."
Caeiro, 1914 (a heteronym)

sábado, 6 de novembro de 2010

Sobre a chegada ou a partida.

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Sobre a chegada ou a partida / About arrival or departure
Caneta, Lápis de cor e Giz / Pen, Colored Pencil and Crayons

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fim de tarde.

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Fim de tarde / Afternoon's end
Lápis / Pencil


domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre pontos de vista.

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Sobre Pontos de Vista / About viewpoint
Lápis de cor / Colored Pencil

sábado, 16 de outubro de 2010

Coágulo.

Se senta.
Se sente mal.
Sessenta anos
Sentenciados
Aos derradeirros
Segundos
Que se passam
Sucessivamente.

Se lamenta,
Se sente mau.
Cessaram-se os planos
Sentenciados
Aos derradeiros
Pulsos
Que se passam
Em sua corrente.

Sentenciado,
Sentiram
Os seus pulsos.
Lamentaram.
Se passaram os anos,
E em segundo plano
Ficou por ser secretado
O que lhe era secreto.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sala de aula.

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Sala de Aula (Pão de Açúcar) / Class Room (Sugar Loaf)
Pintura digital / Digital Paint

sábado, 11 de setembro de 2010

Para Onímia.

Eu vou, Vôo,
Vou ser você...
Vem tu,
Voa,

Só pra Soprar

Vento.

E Sequer sei
Se queres.

Entretanto,
Entre tantos outros
Se diz preso a mim.
Desprezo.
Diz: “prezo
Pela tua
Companhia.”
Me compadeceria,
Se realmente cresse
Que sem mim
Padeceria.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobre quem poetiza.

O poeta é realmente um fingidor.
Há quem diga que é um dom
Que o poeta é detentor
Do saber de transcrever
Para o papel os vários papéis
Que são desempenhados.

Como costuram personas
Que caem tão bem!
Como moldam identidades
Aos moldes de vários outros
Sujeitos distintos (!/,)
Que pena dos poetas,
De só expressarem o seu penar
Através da ponta de suas penas.
Minhas sinceras condolências
A todos os poetas desse mundo!

Mas que belo dom esse, o do poeta.
De conseguir tamanha abstração
Sobre a vida e suas singularidades
Justo por não conseguir vivenciá-la
De forma palpável e concreta.
Torna-se um observador das minúcias
Na tentativa silenciosa de entender os processos
E plotá-los num eixo cartesiano
Procurando tornar os encaixes
Passíveis de serem vivenciados
De maneira empírica.

Pobres poetas, dependentes da necessidade de poetizar!
Constroem sobre os versos frases sobre o avesso
De suas realidades. E sobrevivem de sobrevoar
Para além-órbita nos giros do globo esferográfico.

domingo, 29 de agosto de 2010

Para a vida e para o suicídio,
Imprescindível é o primeiro passo.

domingo, 18 de julho de 2010

Pintor de Lugar nenhum.

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Pintor de Lugar nenhum / Nowhere Painter
Lápis, Lápis de cor / Pencil, Colored Pencil

sábado, 10 de julho de 2010

Indiferença.

Pulou o portão, andou na grama e passou por cima das flores. Sem se apresentar se pôs sala adentro, se debruçando pela soleira da janela. Ainda era cedo pra se chegar à casa dos outros, certamente. Dizem alguns que é uma tremenda falta de educação chegar assim, correndo o risco de incomodar quem ainda dorme. Não se importava. Foi tomando o primeiro assento do sofá, até, sem nenhuma cerimônia, se esparramar sobre ele sem pedir permissão. Sem dúvida era um espaçoso. Atrapalhava quem tentava ver ao noticiário na TV, parecia querer chamar a atenção de quem entrava na sala. As pessoas reclamavam entre si, cochichavam, queriam ficar sossegadas. E ele permanecia indiferente quanto a qualquer tipo de reclamação. Sem ser convidado, sentava à mesa do café, e em tudo quanto era pão, ele punha a mão. As pessoas incomodadas procuravam outros cômodos da casa, tentavam ficar distantes, se arrumar o mais rápido possível e partir pros seus respectivos empregos. E ele acabava ficando por lá mesmo, solitário, por cima do sofá, com a TV desligada e com a casa silenciosa. Mas curiosamente, repetia esse mesmo ritual com rigorosidade diária. Talvez quisesse mesmo a atenção de algum qualquer que entrasse na sala. Talvez faça isso porque não se sente notado. Talvez o sol necessitasse apenas de alguém que retribuísse o seu abraço.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Para os que dormem.

A razão essencial de se sonhar
Deve ser, necessariamente,
Para que deixe de ser sonho.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Criatividade.

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Criatividade/Creativity
Lápis, Pintura digital/Pencil, Digital paint

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Menino Voador.

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Menino voador/ Flying Guy
Lápis de cor, Caneta preta / Colored Pencil, Black Pen

Oi,

A partir de agora começarei a colocar aqui alguns desenhos meus também. E assim segue. Quando for pra ser desenho, vai ser desenho. Quando for poesia, poesia. E quando for pra ficar meses sem nada, assim ficará. Afinal, a arte, quando verdadeira, é demasiado egoísta. Em momento algum deve tomar o espectador como referência. E assim, quanto mais o autor abstrai e parece tornar distante o observador de sua arte, mais a sua arte reflete tanto o autor, quanto o espectador. Toda criação artística que se preze é necessariamente introspectiva.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Parto.

Parto, com a certeza de que permaneço.
Sinto que deixo aqui o que sou.
Parte de mim parte de mim
Para repousar nas entranhas da terra
Floresço em todo jardim
Cresço em cada canto de era.
Outra parte permanece
Florescida em lembrança
Crescida nos gestos
De quem é parte do que fui eu.
Parto para ser inteiro.
Para que não fique a margem de mim
Vivendo por aí, a vida de outro alguém qualquer.

Parte-se a fenda e parto.
A terra debruça sobre mim o seu manto,
Recolhe-me e me mantém
Até parir-me e decifrar-me a existência
Para que seja minh’alma detentora do mundo.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Frases soltas

"Se há males que vêm para o bem, dentro em breve serei uma pessoa de sucesso notável."

"Aos meus poemas, o cuidado que dou as mulheres: primeiro a forma."

"Dos críticos, só espero uma coisa: que nunca esperem nada de mim.”

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Considerações sobre o amor verdadeiro II (ou Pv.30:18-20)

Os pássaros voam. E o que se sabe
Sobre seus caminhos passados?

A respeito dos vários vôos traçados

Ao longo da atmosfera terrestre,
O que se fica lembrado? Qual é o rastro?
O que esses caminhos dizem
Sobre os caminhos futuros?
Nada. Só se sabe que estes passaram
Por serem vistos passar na exata hora.

A cobra se move por sobre as rochas,
E o que se sabe dos seus caminhos?

A respeito do seu serpenteado,
Por várias vezes passado pelas penhas,
O que nos deixa noticiado?

Seus caminhos, o que dizem sobre
Os caminhos passados e os que virão?

Não dizem nada. Só se vê a cobra
E seu movimento no seu real
Momento de se movimentar.


E sobre o caminho dos barcos a vela
O que se sabe de por onde passaram?
A respeito das rotas mil que já
Cortaram a superfície marinha,
O que se observa no mar, registrado?
Quais evidências deixam no mar
Dos seus futuros caminhos,
Da continuidade de suas rotas?
Nenhuma. Só se sabe que se passam
No momento ínfimo de sua passagem.

E os homens se relacionam. E o que se sabe

Dos caminhos de um homem com uma mulher?
A respeito das centenas de beijos trocados,
O que dizem realmente sobre o amor,
Sobre o que se passou e sobre o porvir,
Para além do seu exato momento de consumação?

O que se passa é somente o que se passa
E os atos só dizem sobre os próprios atos
E não dizem nem sobre o próprio passado.
Ao que ama, só se sabe ao certo
A sinceridade de si próprio.
Todo resto é pura especulação.
Ao amor basta o ínfimo momento
De sua expressão.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Considerações sobre o amor verdadeiro.

Há quem diga que enxerga-se o amor
De primeira vista, visto que, amor seria
Dádiva divina, essência extraída dos
Primeiros olhares, de inconscientes percepções.
Assim, entender-se-ia o amor de súbito,

Por completo, instantaneamente inteiro.

Perceber-se-ia intrinsecamente o outro
Sem necessidade de maiores pormenores.

Embora desejasse crer em toda essa teoria
Sobre a percepção do outro e sobre a naturalidade
De entender-se repentinamente como parte
De outra metade, como que em desígnio divino,
Reconhecer íntimo em segundo ínfimo,

O amor não é lúcido, nem tampouco previsível.

Ao contrário, por ser amor,
O amor verdadeiro é desconcerto,
É constante insegurança e dúvida mútua.
(O que queres é o alçar vôo,
Ou desejas um singelo pouso?)

Não é medido e nem reconhecido de princípio

Justamente por se tratar de amor, é desconforto.

É fagulha de ceticismo, centelha
A respeito de todo o blábláblá divino.
É a certeza da incerteza.

Também enxergo-o e tateio-o,
Porém, com a clareza de quem vê o sol de olhos cerrados
Como quem só dá por entendida a brisa
Quando esta lhe acaricia os poros.

Conseqüentemente, embora fosse meu desejo,
Não encontro meio de partilhar de tamanha solidez.
Sou incrédulo de todo aparato teórico-divino,
Curiosamente, justo por ter amado.