segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cogito, ergo non sum.

Hoje já tenho minhas respostas.
As de que nunca serei respondido.

Se tudo é para que seja
E assim se faz por si só,
Que há de mais metafísico que isso?
Pra que procurar além-sentido
Se todos os meus sentidos
Já me respondem o que deve ser
Respondido?

Hoje já sei dar ouvido
Quando me dizem
Que não me dirão mais nada.

E leve, leve, muito leve,
O vento que soprou
Por outros ouvidos
É o mesmo que chega aos meus.
E já nem penso nisso
E nem procuro pensar
Porque nos tempos que pensava,
Este passava, atravessava
Leve, leve, muito leve,
Pra soprar por outros ouvidos.