sexta-feira, 13 de abril de 2012

Os dias correm à fio
o macio de um rio
canalizado -
Minha liberdade
tem paredes.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Que a noite
não passa
de um dia
velado

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Que ainda sonho
é o por quê
da minha insônia

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Aceita tuas sombras

Aceita tuas sombras.
Deixa aceso o escuro da tua ignorância.
Pode que no extenso pano da noite
ainda reluzam teus apagados lumes.
(Não se urdem as estrelas no breu
e no abandono?)


O centro das luzes nos cega -
Comamos o sol pelas beiradas.
(É sempre bela a chuva ao sol.)
Como buracos-negros são abastecidos
a luz sirva aos teus abismos.
Que ao fusco o lúteo se funda
e a claridade lhe seja leve.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Guri VII

(Nessas alturas, um sombreado de árvore por ele vela.
O sol montado na aba da paisagem
ainda segura seus cabelos;
Para despentear mangueiras se usa ventos.

Bem-vendo sua existência de pedra
dois olhos de sanhaço ressabiados.
Três sujeitos de trilheiro precipitados:
Nem não viram o silêncio dele -
Esses passaram voando.

- Guri se delia em escuros?
Invisível grifou ele? -

Rodeando o desolo
moscas meditam
nos seus movimentos.

Tendo afofado um rebo-de-dormir
no ermo se prolifera -
Seu silêncio alimenta um grilo;
A tarde come na mão dele.)