quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Soneto

Queria mesmo era fazer
Uns poemas de amor
Sem aquele clichê
De rimar sempre com dor

Em versos debulhar
Só os botões de flor
Sem aquilo do tratar
De amargura anterior

Portanto, mudarei de verdade
Não tratarei mais de agonia
Desde aqui até a posteridade

Serei poeta de avançada idade
Rimando alegria com luz do dia
Por pura ingenuidade.

domingo, 2 de agosto de 2009

(Ant)agonias.

Corre desenfreadamente corrida
Para desacelerar o tempo
Prende-te a ideais de liberdade,
Libertam-se aqueles que se prendem a devoção

Silêncio aos berros nos ouvidos
Espremido a uma folga qualquer
Enche-se de habitual vazio
Não enxerga sentido sequer

E tudo passa a ser só isso,
Só, Rodeado de mundo inteiro
E o sempre presente, o dia omisso,
Só Aquilo, prato e travesseiro

Vida escorre pelas bifurcações,
Pelas ruas, pelas horas.
E destino cadê?
Nem sabes em que mar vai dar.